Caro professor,
Iniciamos mais um ano letivo com o seguinte eixo temático “Itaboraí: Cultura, Arte e Ciência por toda parte”
Compreendemos que Itaboraí, tem vocação para a ciência, a cultura e a arte. A cultura, que vem desde os povos originários que aqui habitavam, misturou-se com a cultura dos demais povos que vieram e graças a importância econômica nos séculos XVIII e XIX, tornou-se um berço de cultura que foi fundamental para a formação cultural do Rio de Janeiro, na época, capital do Brasil. Foram para a Capital médicos, pesquisadores, artistas, escritores que influenciaram a formação acadêmica/cultural brasileira. Esta contribuição continuou no século XX, no qual destacamos a cientista Heloísa Alberto Torres, primeira mulher a ser diretora do Museu Nacional. No campo das artes, além de escritores, destacamos, no século XIX, o ator e ensaísta João Caetano que encantou o Brasil, tornando-se até hoje uma referência no meio. Estas referências não param por aí: até hoje encontramos personalidades nas várias áreas que marcam Itaboraí no contexto nacional.
O século XX chega trazendo mudanças econômicas para Itaboraí, no bojo destas, muitos migrantes da região nordeste encontraram acolhimento nesta cidade que acabou transformando-se em cidade dormitório, exportando mão-de-obra para Niterói e Rio de Janeiro. Esta presença também contribui para a cultura local. No campo histórico/científico, foi descoberto, onde anteriormente era uma indústria de cimento, fósseis de diversos mamíferos, gastrópodes, répteis e anfíbios, se destacando o tatu mais antigo do mundo e o ancestral das emas, ambos do Paleoceno, datados de cerca de 55 milhões de anos. Foram achados, também, fósseis de preguiça gigante e mastodonte, da Idade Pleistocênica (aproximadamente 20 mil anos). Também foram encontrados restos arqueológicos, evidenciando a presença do homem pré-histórico no local. Assim, em 1995, nasceu o Parque Paleontológico de São José, eleito pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (Sigep), órgão ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), um dos patrimônios da humanidade.
Pensando neste passado/presente, depois do eixo temático sobre alfabetização, do eixo sobre a importância do aprofundamento da leitura, a SEMED segue o passo natural da valorização de todos os saberes que nos mantêm vivos: ciência, cultura e arte, pois, parafraseando Freire, aprendemos a ler o mundo para o compreendermos melhor, e assim, fazermos a diferença!
Chegou-se desta forma ao eixo temático de 2024 “Itaboraí: cultura, arte e ciência por toda parte” com os seguintes autores homenageados no Projeto Feira do Livro de Itaboraí: Heloísa Alberto Torres (ciência), João Caetano (Arte/ Cultura), Patativa do Assaré (Arte/cultura) e Leo Cunha (Arte/cultura), situando a escola no contexto histórico-cultural de Itaboraí.
Podemos dizer que a história do teatro brasileiro nasce em Itaboraí em 1808,quando em 27 de janeiro de 1808 nasceu João Caetano dos Santos.
Caetano começou sua carreira como amador, até que em 24 de abril de 1831 estreou como profissional na peça "O Carpinteiro da Livônia", mais tarde representada como Pedro, o Grande.
Apenas dois anos depois, em 1833, João Caetano já ocupava o teatro de Niterói junto com um elenco de atores brasileiros. Assim iniciava a Companhia Nacional João Caetano.
O ator também exerceu as funções de empresário e ensaiador. Autodidata da arte dramática, seu gênero favorito era a tragédia, mas chegou a representar papéis cômicos.
Além de atuar em muitas peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte de representar: "Reflexões Dramáticas", de 1837 e "Lições Dramáticas", de 1862.
Em 1860, após uma visita ao Conservatório Real da França, João Caetano organizou no Rio uma escola de Arte Dramática, em que ensino era totalmente gratuito. Além disso, promoveu a criação de um júri dramático, para premiar a produção nacional. Dono absoluto da cena brasileira de sua época, morreu a 24 de agosto de 1863, no Rio de Janeiro.
Alguns sites
Sheakspeare- João Caetano foi o primeiro a encenar uma peça de Shekspeare, ou seja, o professor de Inglês pode trabalhar este autor.
Biografia- a biografia do ator João Caetano - Enfatizar sua luta pelo teatro e cultura em uma época em que tudo era precário, pode-se trabalhar outros percursores do teatro brasileiro.
Teatro Grego-História e Arte podem falar sobre a origem grega do teatro.
Máscaras-Arte pode trabalhar com criação de máscaras, figurinos e cenários.
O Gênero dramático- Língua Portuguesa explorar o gênero dramático -Comédia e Tragédia
Heloisa Alberto Torres
Antropóloga brasileira, reconhecida internacionalmente pelo estudo de cerâmicas marajoaras. Filha do político e pensador nacionalista fluminense Alberto Torres, Heloisa Alberto Torres (1895-1977).iniciou sua vida acadêmica em 1918, ao ingressar no Museu Nacional como auxiliar de Roquette Pinto. Depois de efetivada na instituição mediante concurso realizado em 1925, passou a chefiar a seção de Antropologia e Etnografia entre 1926 e 1931, tornou-se vice-diretora da casa entre 1935 e 1937 e sua diretora entre 1938 e 1955. No período em que ocupou a direção do Museu Nacional, Heloisa Alberto Torres implementou uma série de atividades voltadas para a institucionalização da disciplina antropológica, a começar pela criação da carreira de antropólogo, à qual atribuiu um caráter eminente prático, voltado para a pesquisa de campo e para a coleta de objetos de cultura material, principalmente na área indígena com o estudo das cerâmicas marajoaras e sobre a indumentária da crioula baiana.
Heloísa Alberto Torres em ambiente de trabalho. – Rio de Janeiro, S.d.Arquivo pessoal de Heloísa Alberto Torres/Acervo IPHAN
Foto de 1939 - da esquerda para a direita: Édison Carneiro, Raimundo Lopes, Charles Wagley, Heloísa Alberto Torres, Claude Lévi-Strauss, Ruth Landes e Luis de Castro Faria.
Trabalho de Heloisa Alberto Torres sobre indumentária
Imagens do trabalho de Heloisa Alberto Torres indumentária da crioula baiana
Cerâmica marajoara outra pesquisa de Heloisa Alberto Torres
Pesquisa sobre Heloisa Alberto Torres
Possibilidades de trabalhos
Estudar sobre o método científico;
Estudar da biografia de Heloisa Alberto Torres;
Artes: indumentárias e a cerâmica marajoara
Leo Cunha é escritor, poeta, cronista, tradutor e professor universitário aposentado do curso de jornalismo, além de ministrar diversos cursos de literatura infantil e escrita. Seus textos tem recebido incontáveis reconhecimentos com o prêmio Nestlé, João-de-Barro, FNLIJ e Jabuti, além de selos “Altamente Recomendável”, indicações da Revista Crescer e Cátedra 10 de Leitura.
Tem mais de 80 obras publicadas, além de contos e poemas que foram incluídos em antologias diversas. Traduziu mais de 30 livros de literatura infantil e juvenil, do inglês e do espanhol.
Alguns livros do autor
Site do autor
Bate-papo da CSLBE-Itaboraí com Leo Cunha
Sugestões de trabalho
Um dia,um rio.
Sugestão de Atividade com texto Um dia, um rio, Leo Cunha com ilustração de André Neves
Estratégias de Leitura
Antecipando a leitura
-Conversar sobre o autor e sua obra
-Conversar sobre a temática: o desastre de Mariana
Vídeo sobre o desastre:
Explorar os elementos paratextuais (analisar a capaobservando a ilustração observando: as cores e a figura para criar hipóteses a partir de algumas perguntas-por exemplo- quem é esta figura? Por que estas cores foram usadas?- O objetivo das hipóteses é criar expectativas para a leitura.
Leitura do texto ( a leitura pode ser individual, coletiva, dramatizada)
Compreendendo, interpretando e fazendo inferências sobre o texto.
Sobre o poema "Um Dia, Um Rio" - Quem é o narrador?
Como o narrador é representado na ilustração do livro?
No início, como é o ambiente apresentado no texto? Quais as cores usadas ?
O que mais chamou sua atenção no início do livro?
Depois do rompimento da barragem, como o narrador descreve o que vê?
Na última página, os desenhos e as cores mudam.Para você, por que mudou?
Serei um rio, um dia Este último verso é uma pergunta ou afirmação?
Pensando neste e nos demais versos da página, você diria que texto traz uma mensagem de esperança? Comente
Inferências
O texto possibilita a interdisciplinaridade com ciências, geografia,história pois por questões econômicas o meio ambiente foi negligenciado.
Este video acima é bem crítico,interessante para o trabalho com a EJa, Fundamental II e os quartos e quintos anos do Fundamental I.
Produção textual
As produções podem ser escritas com vários gêneros: cartas para o amanhã, cartas para o meio ambiente, cartas para a empresa que gerou o desastre; Quadrinhas/poemas sobre a importância da preservação ambiental;
"A menina que inventava nomes"
Assim como "Um dia, um rio", " A menina que inventava nomes" é uma Literatura para as infâncias. Leo Cunha e Alex Lutkus, conta a história de uma menina que tem o hábito de inventar nomes para tudo o que encontra em seu cotidiano, desde objetos até pessoas. Através dessa característica peculiar, ela explora sua imaginação e criatividade, criando um mundo próprio e cheio de fantasia. A narrativa aborda temas como imaginação, criatividade e o poder das palavras.
Estratégias de Leitura
Antecipando a leitura
Apresentar um pouco do autor e sua obra; introduziu a temática: a imaginação e a criatividade construindo o mundo de uma menina.
Explorando os elementos paratextuais para criar hipóteses: quais elementos encontramos na capa? Pela expressão da menina, o que ela está pensando? Quais nomes você imagina que a menina cria?
Como introdução, pode ser exibido o filme Encanto da Disney
Leitura do livro ( individual/coletiva/ em dupla)
1 Qual é a mensagem central do livro?
2. Como a protagonista utiliza sua habilidade de inventar nomes ao longo da história?
3. Quais são os principais temas explorados na narrativa?
4. Qual é o impacto da imaginação da menina no mundo ao seu redor?
5. Como a história aborda questões relacionadas à criatividade e ao poder das palavras?
6. Quais personagens secundários desempenham papéis importantes na vida da protagonista?
7. Qual é o estilo de escrita do autor e como ele contribui para a atmosfera do livro?
8. Que lições os leitores podem aprender com as experiências da protagonista?
9. Como o livro trata a relação entre fantasia e realidade?
10. Quais são os momentos mais significativos ou emocionantes da história?
Produções
1. Invenção de nomes: Peça aos alunos para inventarem nomes para objetos ou seres imaginários, assim como a protagonista do livro. Eles podem criar uma lista de nomes e explicar o significado ou a história por trás de cada um.
2. Escrita criativa: Peça aos alunos para escreverem histórias curtas inspiradas na capacidade de inventar nomes da protagonista. Eles podem criar personagens, lugares e situações utilizando essa habilidade de forma criativa.
3. Discussão de temas: Promova discussões em sala de aula sobre os temas abordados no livro, como imaginação, criatividade e o poder das palavras. Os alunos podem compartilhar suas opiniões e experiências relacionadas a esses temas.
4. Produção de arte: Os alunos podem criar ilustrações inspiradas no livro, representando cenas ou personagens importantes. Eles podem utilizar diferentes técnicas artísticas, como desenho, pintura ou colagem.
5. Dramatização: Divida os alunos em grupos e peça para encenarem algumas cenas do livro. Eles podem praticar a interpretação dos personagens e criar cenários simples para representar as situações descritas na história.
6. Projeto de leitura: Peça aos alunos para criarem um projeto de leitura sobre o livro, incluindo resumos, análises de personagens, citações importantes e recomendações para outros leitores.
Antônio Gonçalves da Silva (Serra de Santana CE 1909 - Assaré CE 2002). Poeta e repentista. Filho dos agricultores Pedro Gonçalves Silva e Maria Pereira Silva, muda-se com a família, pouco depois de seu nascimento, para uma pequena propriedade nas proximidades de Assaré, Ceará. Em 1910, o poeta perde parcialmente a visão do olho direito, sequela de um sarampo. Com a morte do pai, em 1917, auxilia no sustento da casa, trabalhando em culturas de subsistência e na produção de algodão.
Frequenta a escola por apenas seis meses e descobre a literatura por meio de folhetos de cordel e de repentistas.
Do Ceará parte para Belém, onde conhece o jornalista também cearense José Carvalho de Brito, responsável pela publicação de seus primeiros textos no jornal Correio do Ceará. Deve-se a Brito a alcunha de Patativa, utilizada pela primeira vez no capítulo que lhe dedica em seu livro O Matuto Cearense e o Caboclo do Pará. A estreia de Assaré em livro ocorre em 1956, no Rio de Janeiro, com a publicação de Inspiração Nordestina, incentivado pelo latinista José Arraes de Alencar. Com a gravação, em 1964, de Triste Partida, por Luiz Gonzaga (1912 - 1982), e de Sina, em 1972, pelo cantor Raimundo Fagner (1949), amplia-se a visibilidade de sua obra. Em 1978, lança Cante Lá que Eu Canto Cá e se engaja na luta contra a ditadura militar. No ano seguinte, volta a morar em Assaré.
Imagem retirado do blog: https://almanaquenilomoraes.blogspot.com/2017/07/patativa-do-assare-e-o-sertao-dentro-de.html
Sites
Programa Sr. Brasil, Rolando Boldrin- TV Cultura 13/10/ 2011
Sugestão de trabalho
Poema "O poeta da roça"
Estratégias de Leitura
Antecipando a leitura
Falar sobre o autor e obra.
Falar sobre a temática: No poema em questão,o eu poético valoriza a vida simples do trabalhador do sertão. Podemos fazer as seguintes perguntas para introduzir a temática:
Todos os brasileiros vivem da mesma forma? Por exemplo, podemos dizer que há diferenças nos comportamentos e maneira de viver de quem mora no Rio de Janeiro para quem mora no interior do Nordeste?
E a forma de falar?Todos falam da mesma forma?
Para você, quais fatores podem interferir na forma de Falar das pessoas?
Leitura
-Depois da Leitura: Compreendendo, Interpretando e fazendo inferências
1. Qual é a identidade do eu poético no poema?Quem ele é?
2. Como o eu poético descreve sua ocupação e estilo de vida?
3. Qual é a relação do eu poético com a cultura rural e suas tradições?
4. Como o eu poético se posiciona em relação à sua falta de educação formal?
5. Qual é a visão do eu poético sobre as oportunidades educacionais e econômicas para pessoas de sua condição social?
6. De que maneira o poema aborda questões de classe social e acesso à educação?
7. Como a linguagem e os elementos culturais regionais são empregados no poema para transmitir a identidade do eu lírico?
8. Quais são os sentimentos e as emoções expressos pelo eu lírico em relação à sua situação?
Ampliando a leitura ( Relação entre textos)
As mudanças na Educação nas regiões Norte/Nordeste
A educação nas regiões norte e nordeste mudaram muito desde a escrita deste texto. Leia a matéria a seguir.
( Trabalho com texto jornalístico- Trabalhar as características deste tipo de texto na antecipação da leitura, ressaltando a diferença entre este gênero e o poético)
Este texto traz exemplos de estados nordestinos com alto ínsdices de aprovação no ENEM. A partir deste texto pode-se dicutir:
Importância da educação para o desenvolvimento da sociedade e da individualidade.
Analisar a poesia e comparar as linguagens.
Entrelaçando linguagens
Depois de reler a estrofe abaixo, escolha um dos cartuns e estabeleça comparações/relações entre eles:
"Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá"
Produção textual
Na escola, a variante linguística estudada é a Linguagem Padrão, ou norma culta. Contudo, a maioria da comunidade escolar não domina esta variedade. O texto do Patativa, fica bem marcada a linguagem não padrão. Não podemos ter preconceito linguístico. Precisamos ter o domínio da língua e de suas variantes. Pode-se pedir uma produção(bilhete, mensagem de aplicativo, carta) para duas pessoas diferentes: um amigo e outra para uma pessoa que o aluno não tenha intimidade.É importante saber a diferença entre linguagem formal da informal, além da Variante padrão da variante não padrão.
Atividades da CSLBE/ELP 2024
Além das formações ligadas aos homenageados da Feira do Livro, a CSLBE/ELP terá neste semestre o projeto coletivo sobre Literatura e Meio Ambiente com a data de culminância para 13/06, específico para as escolas que apresenta em seu quadro o professor articulador. Como no ano anterior, o projeto consistirá em um trabalho com a Literatura usando as estratégias de leitura (antecipação com informações sobre a temática e do autor do texto lido, a leitura de forma criativa e a pós leitura, com produções dos alunos que serão expostos na culminância).
No 2º semestre, teremos um Sarau, voltado para alunos e professores da EJA e o Projeto de Literatura e Educação Antirracista em novembro, dia 19.
Projeto Literatura e Meio Ambiente
A partir das experiências do ano anterior, 2023, a ideia deste projeto é realmente trabalhar a Educação Ambiental, conhecimento tão necessário para a sobrevivência humana no planeta. Indicamos para o projeto os livros “ A teia das águas”, “ A casa de todos dos ninhos”, da Roseana Murray e Bia Hetzel, e Um dia, um rio, de Leo Cunha. Os dois primeiros livros são poemas que falam respectivamente sobre o ambiente marinho e terrestre, o segundo, “A casa de todos os ninhos” são poemas que falam do manguezal, importante bioma para a preservação do ambiente marinho. Já o livro do Leo Cunha, autor homenageado, traz o desastre ambiental ocorrido na cidade de Mariana, Minas Gerais.
Lembramos que sugerimos sempre o trabalho com estratégias de leitura: apresentando vídeos, textos informativos, e/ ou músicas, enfim, materiais para contextualizar os poemas da Roseana e o livro do Leo Cunha, atividades posteriores a leitura com produção dos alunos, sempre visando a leitura significativa.
Links para A casa de todos os ninhos , A teia das águas Um dia, um rio
No site cslbe.com você pode encontrar sugestões de trabalhos com os poemas e o texto de Leo Cunha.
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